sábado, 30 de março de 2013

Do novo (hoje já velho) idolo!

“Ainda em algumas partes há povos e rebanhos; mas entre nós, irmãos, entre nós há Estados.

Estados? Que é isso? Vamos! Abri os ouvidos, porque vos vou falar da morte dos povos.

Estado chama-se o mais frio dos monstros. Mente também friamente, e eis que mentira rasteira sai da sua boca: “Eu, o Estado, sou o Povo”.

É uma mentira! Os que criaram os povos e suspenderam sobre eles uma fé e um amor, esses eram criadores: serviam a vida.

Os que armam laços ao maior número e chamam a isso um Estado são destruidores; suspendem sobre si uma espada e mil apetites.

Onde há ainda povo não se compreende o Estado que é detestado como uma transgressão aos costumes e às leis.

Eu vos dou este sinal: cada povo fala uma língua do bem e do mal, que o vizinho não compreende.

Inventou a sua língua para os seus costumes e as suas leis.

Mas o Estado mente em todas as línguas do bem e do mal, e em tudo quanto diz mente, tudo quanto tem roubou-o.

Tudo nele é falso; morde com dentes roubados. Até as suas entranhas são falsas.

Uma confusão das línguas do bem e do mal: é este o sinal do Estado. Na Verdade, o que este sinal indica é a vontade da morte; está chamando os pregadores da morte.

Vêm ao mundo homens demais, para os supérfluos inventou-se o Estado!

Vede como ele atrai os supérfluos! Como os engole, como os mastiga e remastiga!

“Na terra nada há maior do que eu; eu sou o dedo ordenador de Deus” — assim grita o monstro. E não são só os que têm orelhas compridas e vista curta que caem de joelhos!

Ai! também em vossas almas grandes murmuram as suas sombrias mentiras! Aí eles advinham os corações ricos que gostam de se prodigalizar!

Sim; adivinha-vos a vós também, vencedores do antigo Deus. Saistes rendido do combate, e agora a vossa fadiga ainda serve ao novo ídolo!

Ele queria rodear-se de heróis e homens respeitáveis. A este frio monstro agrada-lhe acalentar-se ao sol da pura consciência.

A vós outros quer ele dar tudo, se adorardes. Assim compra o brilho da vossa virtude e o altivo olhar dos vossos olhos.

Convosco quer atrair os supérfluos! Sim; inventou com isso uma artimanha infernal, um corcel de morte, ajaezado com adorno brilhante das honras divinas.
Inventou para o grande número uma morte que se preza de ser vida, uma servidão à medida do desejo de todos os pregadores da morte.

Estado, chamo eu, o lugar onde todos, bons ou malvados, são bebedores de veneno; Estado, o lugar onde todos, bons ou malvados, se perdem a si mesmos; Estado, o lugar onde o lento suicídio de todos chama-se – “vida”!

Olhai esses supérfluos! Roubam para si as obras dos inventores e os tesouros dos sábios; “culturas” chamam a seus furtos – e tudo se torna, neles, em doença e adversidade!

Olhai esses supérfluos! Estão sempre enfermos, vomitam fel e lhe chamam “jornal”. Devoram-se uns aos outros e não podem, sequer digerir-se.

Olhai esses supérfluos! Adquirem riquezas e, com elas, tornam-se mais pobres. Querem o poder e, para começar, a alavanca do poder, muito dinheiro – esses indigentes!

Olhai como sobem trepando, esses ágeis macacos! Sobem trepando uns por cima dos outros e atirando-se mutuamente, assim no lodo e no abismo.

Ao trono, querem todos, subir: é essa a sua loucura. Como se no trono estivesse sentada a felicidade! Muitas vezes, é o lodo que está no trono e, muitas vezes, também o trono no lodo.

Dementes, são todos eles, para mim, e macacos sobre excitados. Mau cheiro exala o seu ídolo, o monstro frio; mau cheiro exalam todos eles, esses servidores de ídolos!

Porventura, meus irmãos, quereis sufocar nas exalações de seus focinhos e de suas cobiças? Quebrai, de preferência, os vidros das janelas e pulai para o ar livre!

Fugi do mau cheiro! Fugi da idolatria dos supérfluos!

Fugi do mau cheiro! Fugi da fumaça desses sacrifícios humanos!

Também agora, ainda a terra está livre para as grandes almas. Vazios estão ainda para a solidão a um ou a dois, muitos sítios, em torno dos quais bafeja o cheiro de mares calmos.

Ainda está livre, para as grandes almas, uma vida livre. Na verdade, quem pouco possui, tanto menos pode tornar-se possuído. Louvado seja a pequena pobreza!

Onde cessa o Estado, somente ali começa o homem que não é supérfluo – ali começa o canto do necessário, essa melodia única e insubstituível.

Onde o Estado cessa – olhai para ali, meus irmãos! Não vedes o arco-íris e as pontes do super-homem?”

Nietzsche

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Anarquismo na Grécia

A rua Temistocleos, íngreme, desemboca em uma enorme bandeira metade vermelha, outra metade negra, símbolo do anarcosindicalismo, que prega a ação direta. É o cartão de boas-vindas do grupo Nosotros a quem chega à Praça Exarchia, no bairro de mesmo nome, centro da efervescência anarquista de Atenas.
O Nosotros, um prédio estreito de três andares, é o ponto de encontro do antifascismo e de uma sociedade alternativa, que prefere ignorar a crise em prol de uma economia local, sem amarras com o capital estrangeiro. No amplo primeiro piso, um café-bar, um salão e um grupo com uma proposta: mitigar as atividades dos membros do Aurora Dourada, o partido neonazista dono de 18 cadeiras no Parlamento grego.
Olga, de Tessalônica, leste da Grécia, 23 anos e estudante de cinema, está de férias em Atenas, mas bota café, cerveja e tsipouro [um destilado barato] na mesa dos clientes para garantir renda e manter o prédio funcionando. O imóvel é exemplo dos que foram alugados pelo movimento, além de outros ocupados. No cardápio, à parte das bebidas, há aulas gratuitas para a comunidade – especialmente de imigrantes.
“Aquele é fulano, que está machucado, apanhou da polícia depois de uma briga com um fascista. Esse é meu amigo, de 67 anos, está desempregado, perdeu a família e vem aqui receber aulas de teatro. Sim, damos aulas de grego, teatro e arte, de graça, para quem quiser”, contou Olga ao Opera Mundi. Ela não mostra o rosto nem diz o sobrenome. “Nem pensar”.
O bairro de Exarchia, próximo à Politécnica de Atenas, é um foco de atividades pautadas por políticas radicais. A área hoje é quase autônoma em relação à cidade, com pouquíssima presença policial. Mas com a crise econômica e a escalada inédita e institucionalizada do neonazismo, os ânimos estão acirrados e a tensão com incursões da polícia é constante.
O histórico dessa relação é bastante violento. Em capítulo recente, no dia 6 de dezembro de 2008, a morte do garoto Alexandros Grigoropoulos, de 15 anos, baleado por um policial grego, desencadeou uma série de distúrbios em Atenas. O local dos disparos ganhou um memorial, que simboliza a primeira grande reação de uma parte da população ateniense contra a crise econômica e o Estado grego.
A morte de Grigoropoulos não foi nem a primeira, nem a última em confronto com policiais gregos. Depois do episódio, pelo menos 300 oficiais foram feridos e três foram baleados. Grupos anarquistas que até então respiravam na superfície partiram para operações no underground, e a polícia, influenciada por quadros neonazistas, é acusada de prendê-los ilegalmente ainda hoje e torturá-los em cativeiros.
“Receber ordem e obedecer porque alguém supostamente melhor que você está mandando? Não dá. Se eu tenho medo da polícia? O que você quer que eu faça? Fique sentada no meu sofá enquanto os imigrantes apanham dos nazistas? Impossível”, enfatizou Olga. “A polícia vem para cima, obedece ordem de fascistas, faz vistas grossas para o que está acontecendo e o país está em colapso. A gente não pode ficar quieto e só receber bomba de gás lacrimogêneo.”
Rumos do movimento
A filosofia do Nosotros, aberto em 2005, está inscrita nos princípios da AK (Alfa Kappa), o Movimento Antiautoridade de Atenas, a mais forte tendência do anarquismo grego. Seus membros tratam os centros sociais como o “maior acerto” para consolidar a AK. É a partir deles que surgem reuniões e ideias para combater o fascismo em interações mais amplas com a sociedade.
O Nosotros tem sala de aula, computadores, internet grátis, um bar externo e outro interno, e quer escapar das amarras do governo grego. É também mais “aberto” à imprensa em comparação com similares mais radicais. A administração tem base na democracia direta e uma revista, a Babylonia, concentra a comunicação do grupo com artigos de opinião e matérias sobre as ações do movimento.
Recentemente, o Nosotros organizou uma festa, cuja arrecadação ajudaria a pagar advogados para dois membros que estão presos após confronto com a polícia. Em outra corrente, estuda formas alternativas de economia e realiza rondas em bairros de imigrantes para coibir casos de violência gratuita contra os moradores - boa parte deles paquistaneses, albaneses, chineses e sírios.
Seus membros não negam os coquetéis Molotov atirados contra a polícia em dia de protestos contra as medidas da Troika, e acentuam que não há outro caminho, a não ser o da resistência, com a criação de um cosmos alternativo, anti-Estado. “Para nós não interessa se o Parlamento aprovou ou não o memorando do FMI. Não estamos interessados nesse tipo de política”, afirmou Olga. “Agora, se o neonazismo continuar crescendo, nós vamos crescer também e vamos enfrentá-lo.”

Referências

http://www.diarioliberdade.org/artigos-em-destaque/413-antifascismo-e-anti-racismo/34212-contra-fascismo,-anarquistas-gregos-abrem-centros-sociais-e-acolhem-imigrantes.html

sábado, 15 de dezembro de 2012

Mensagem Pirata

O Partido Pirata foi constituído para ser a representação direta dos indivíduos. Isso significa que, para existir, o partido depende diretamente da participação dos cidadãos e cidadãs em sua construção e na tomada de decisões.
Apesar de existirem mais de 30 partidos políticos registrados no país, nos sentimos cada vez menos representados e, a cada eleição, se percebe que há menos vontade de participação. Os números de abstenções, votos em branco e nulo comprovam isto. Fica evidente que só nosso voto não basta para atingirmos as melhorias sociais que queremos.
Diferentemente da imensa maioria dos partidos brasileiros, o PIRATAS não foi criado por executivos, famílias tradicionais ou empresários. Tampouco recebe incentivos de instituições, organizações ou empresas, dependendo unicamente da contribuição e participação direta dos indivíduos que, acreditando em nossas propostas, adere de forma voluntária a este projeto.
O PIRATAS nasce da insatisfação gerada por um sistema político que não atende às necessidades dos indivíduos e da sociedade como um todo; um sistema político que corrompe seus princípios públicos em detrimento de interesses privados.
O PIRATAS não se define à direita, à esquerda ou ao centro. Somos um coletivo de indivíduos que defende os Direitos Civis, o livre compartilhamento de informações e total transparência na tomada de decisões e no processo político como um todo.
O PIRATAS foi criado por indivíduos, cidadãos comuns, que acreditam na política para além do voto; pessoas como você. Por isso, convidamos você a conhecer as propostas, diretrizes e estatuto e, também, a contribuir para que essa possibilidade de uma política participativa se concretize.
Em julho de 2012, na cidade de Recife – PE, foi fundado o Partido Pirata do Brasil. Fase I completa. Agora iniciamos a Fase II: obter R$ 20.000,00 para alugarmos uma sala em Brasília, registrarmos em cartório nossa ata de fundação e publicarmos os documentos no Diário Oficial da União (exigências da lei eleitoral). Queremos que você nos ajude a obter o registro no TSE através de uma doação, e com isso concretizarmos nosso projeto político.
Nós divulgamos nossas atividades com total transparência para que todos acompanhem e para que todos participem, decidindo como deve ser a atuação dos políticos piratas através da nossa plataforma na Internet. Participe da construção do nosso futuro político e social: Vem ser Pirata!
Acesse http://partidopirata.org/doacoes/ e faça uma doação. Nessa página você também encontrará a lista de todos aqueles que já doaram.
Para doações não financeiras ou colaborar de outra forma, envie email para contato@partidopirata.org
Outras informações e acesso aos documentos oficiais do partido, acesse:http://partidopirata.org/
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Edukators (2004)


Dois jovens, Jan e Peter invadem mansões, mas não roubam nada, apenas bagunção a casa para dar insegurança ao milionários, se auto intitulam os Edukators, a trama começa quando Jule a loirinha gostosa da foto acima, namorada de Peter, tem que sair do seu apartamento por causa de dividas, e Peter que vai viajar, pede a Jan para ajudar Jule.